José Teodoro de Souza, mineiro de Pouso Alegre, fez, em 1854, uma expedição a partir de Botucatu apossou-se da região de campo habitada pelos Xavantes. Posteriormente registrou, na paróquia de Botucatu, em 31 de maio de 1856, um título de ocupação dessa área limitada pelo rio Paranapanema pelo seu espigão com o rio do Peixe, pelo rio Turvo e pelo rio Figueira.
Para o registro do título, usou de um artifício do decreto nº 1318 de 1854, regulamentado da Lei de Terras nº 601/ 1850 que foi afirmar "que por posses mansas e pacíficas que fiz no ano de mil e oitocentos e quarenta e sete...."
Ao longo do itinerário de ocupação aberto nos espigões, José Teodoro vendeu às vezes, e cedeu, em outras, terras a seus conterrâneos mineiros. O povoamento dos sertões do sudoeste paulista atendia a um duplo interesse: o dos grandes posseiros, como José Teodoro, na consolidação das suas posses e na valorização das terras, e o da instancia estatal, que tinha uma política de implantação de patrimônios visando à ocupação dos trechos desabitados do território brasileiro.
Foram fundadas as povoações de São Pedro do Turvo, em 1851, São José do Rio Novo, em 1864, de Conceição de Monte Alegre, em 1886, e de Santa Cruz do Rio Pardo, em 1870.
Após o extermínio, expulsão ou domesticação dos Xavante e Caiuá, os novos ocupantes tiveram como atividade econômica predominantemente a plantação de roças de milho, de fumo e a criação de porcos.
Vindos de Campos Novos pelos campos dos espigões, passando pelas nascentes do córrego Santa Rosa, transpondo o córrego Bebedouro e a seguir os rios Pari e Veado, os carreiros e tropeiros faziam pouso na barra do rio Taquaral, onde veio a se formar a cidade de Platina. Utilizando o espigão existente entre os córregos Faxina, Prato e Lageado, do lado esquerdo e o Óleo do lado direito, indo até a barra do córrego do Barreiro no Pirapitinga e cruzando as águas denominadas Funda, Caçador, Pavão e Matão, os viajantes encontravam no divisor de águas, localizado entre a Barra Funda e o Jacu, seu próximo ponto de parada. Este estava situado próximo ao ponto onde hoje se localiza o prédio do Museu Histórico de Assis.
A existência da pousada na proximidade do córrego do Jacu e dos caminhos que para ela convergiam, certamente, influenciou na localização da Cidade de Assis. O capitão Francisco de Assis Nogueira, antigo residente de Avaré, desde 1890, utilizava como morada, na Fazenda Taquaral, aquela casa. Em 1º de julho de 1905 o capitão Francisco de Assis Nogueira fez a doação registrada na paróquia de São José de Campos Novos do Paranapanema, na décima gleba da divisão da Fazenda Taquaral, comprada de José Teodoro de Souza, «...setenta alqueires de terrenos em matas virgens, para serem demarcados em qualquer lugar na sorte de terras de sua propriedade a margem direita do Rio Paranapanema e no fundo do Rio Pari... para que se pretendia erigir sob a invocação do Sagrado Coração de Jesus, tendo também como orago Seráphico São Francisco de Assis... por voto...
Outro fato fundamental para o crescimento do patrimônio e sua separação de Campos Novos foi a extensão da Estrada de Ferro Sorocabana. A partir de Botucatu a estrada de ferro começou a se desviar do traçado que acompanhava o espigão do rio Tietê. Cruzou o rio Pardo e seguiu pelo divisor deste e do rio Paranapanema até Ourinhos. Não passou por Campos Novos, Platina e Conceição de Monte Alegre. Foi a partir de Assis que, margeando o Paranapanema, retomou o sentido do espigão atingindo Quatá.
A expectativa da chegada dos trilhos ferroviários, as oportunidades que esse sistema de transporte e comunicação geravam e a vinda dos primeiros trabalhadores envolvidos em tal empreita fizeram do ano de 1913 um marco no crescimento de Assis. Até então a vila apresentava características funcionais voltadas quase exclusivamente para a vida rural. As atividades comerciais como padaria, armazém, serraria, máquina de beneficiar algodão e de arroz, olaria, açougues suínos e bovinos, atendiam primordialmente a população do campo. Foi em 1913 que se estabeleceu a primeira farmácia e chegou a Assis seu primeiro médico: Dr. José Vieira da Cunha e Silva. Neste ano foi instalada a primeira sala de aula, particular, tendo como professor o Capitão Francisco Rodrigues Garcia, que atendia as crianças das vinte residências urbanas, então existentes.
A estrada de Ferro Sorocabana chegou a Assis em 1914, mas a preparação da elevação de Assis a município se deu através das condições exigidas na lei estadual nº 1038, de 19 de dezembro de 1906, na presidência de Jorge Tibiriçá.
Assim a Lei Estadual nº 1581, de 20 de dezembro de 1917 criou o município de Assis desmembrando-o de Platina. Sua primeira demarcação envolvia mais duas fazendas: a Taquaral e a Fortuna. Sua instalação, porém só se deu março de 1918.
Na área educacional fez-se presente o Externato Sagrado coração de Jesus, com as professoras Alice Feitosa e Antonieta Ambrogi, a Escola de comércio São Luiz, subvencionada pela Prefeitura Municipal, o Ginásio de Assis que depois mudou para Marília. A igreja investiu no setor de educação formal criando o Colégio santa Maria que começou a funcionar em 1940. Havia o seminário Diocesano que iniciou suas atividades em 1936.
Quando foi para prédio próprio o prédio original se transformou no primeiro orfanato de Assis, Casa da Menina. A igreja implantou o primeiro ginásio masculino, que também possuía internato que passou a ser dirigido pelo PIME, Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras, na Vila Ouro Verde, hoje abrigando o Instituo Educacional de Assis e a Universidade Paulista, UNIP. Na década de cinqüenta, discutia-se a idéia de trazer uma unidade da Pontifícia Universidade Paulista, que não se consolidou, mas que deu origem aos esforços da comunidade para trazer um Instituto Isolado de Ensino Superior que na sua criação em 1958, pelo Governador Carvalho Pinto funcionou no Colégio Santa Maria. Hoje é a Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Assis, da Universidade Estadual Paulista com mais de 1.500 alunos, em seus cursos, de graduação e pós-graduação, de Letras, História, Psicologia e Biologia.
Em Assis em função do que rezava o documento de doação das terras para a igreja, os lotes vendidos deveriam dar dois e meio por cento à igreja católica, o que era chamado de "enfiteuse". Desses recursos um oitavo deveria ir para as Obras do Pão de Santo Antonio. Rezava ainda que os descendentes do doador seriam isentos desses "impostos".
Em 1938 esses documentos foram retificados pelos descendentes do doador que liberou a igreja da "enfiteuse" e transferiu a porcentagem das Obras do Pão de Santo Antonio para a Santa Casa de Misericórdia.
O principal equipamento às questões da Saúde instalado no período, foi a Santa Casa de Misericórdia. Instituída em sessão de 7 de dezembro de 1919, e instalada a 8 de dezembro de 1920, veio a constituir-se como Irmandade, por decreto do bispo, Dom Antonio José dos Santos em 14 de junho de 1930.
A Mitra Diocesana doou 10 alqueires de terra à Irmandade para aumentar seu patrimônio. A Santa casa recebeu constantes melhoramentos e reformas, Atuaram na parte clínica, nas duas primeiras décadas de seu funcionamento, os médicos: Symfronio Alves dos Santos, Antonio Baltazar de Abreu Sodré, Lycurgo de Castro Santos, José Castro Valente, Roberval Roche Moreira, José Vieira da Cunha e Silva, Vicente Mercadante e Mauricio de Castro Santos Filho. Na gestão do prefeito José Augusto Ribeiro, 1948-1951, foi implantado o Hospital regional da sorocabana, prestando relevantes serviços aos ferroviários da Estrada de Ferro Sorocabana.
O intenso movimento forense de Campos Novos Paulista em função das demandas de terras nas regiões próximas de Assis, contribui para a transferência da Comarca para esta cidade. Essa designação se deu pela Lei Estadual nº 1 630-A de 26 de dezembro de 1918 e foi instalada em 15 de março de 1919 e seu primeiro juiz foi Joaquim Smith de Vasconcelos. Em função desta lei também começa a funcionar a primeira delegacia de Polícia.
Em função da Igreja Católica ser proprietária das terras urbanas esta influenciava nos traçados das vias urbanas como também na disseminação de sua doutrina. Assim em 30 de novembro de 1928 é criada a Diocese de Assis, com a promulgação da Bula Papal de Pio IX.
Concretamente, até os anos oitenta, pouco se normatizou de forma efetiva sobre o parcelamento, o uso e a ocupação do solo urbano. A manutenção da malha em xadrez, sem consideração das condições geotécnicas do sitio, mostrou rapidamente seus efeitos negativos, com o aparecimento das primeiras erosões urbanas.
O Aniversário de Assis é comemorado em 01 de Julho.